PERDIDAS ILUSÕES

QUANTA FALSIDADE PODE A MORTE DEMONSTRAR
TANTO NA ALEGRIA ASSIM QUANTO NA TORMENTA
QUE BRUTAL REALIDADE A VIDA VEM NOS REVELAR
QUANDO A FANTASIA JÁ NÃO MAIS NOS ALIMENTA...

LEMBRAVA O BRASIL VOCÊ POBRE AMIGO PALHAÇO
QUEM OLHAVA SUA CARA NÃO SABIA DO DESGOSTO
DO SEU CÁRCERE CONTRAFEITO DE DESPREZO E AÇO
ENQUANTO EXIBIA ESTRELAS DE BRILHOS NO ROSTO

SUAS VIVAS PIRUETAS PELOS PALCOS DE OUTRORA
E AS FESTIVAS DANÇAS SEM NEXO DESENGONÇADAS
AS ÚNICAS LEMBRANÇAS QUE VÃO COM VOCÊ AGORA
PARA A ESCURIDÃO DAS TREVAS DESENCONTRADAS

AGORA SEUS RISOS FROUXOS DE VAZIO SENTIMENTO
ESCORREM NA MEMÓRIA DAS ILUSÕES DELIRANTES
FEITO O MARULHAR DUM RIO PERDIDO NO RELENTO
AO DESAGUAR NA SOLIDÃO DO SEU FRIO SEMBLANTE

VOCÊ JUROU PARA NÓS QUE SORRIRIA PARA SEMPRE
QUE SUA ESTRADA ANDARIA CERTA NO RUMO TORTO
MAS A ENORME GOTA QUE JAZ NO SEU ROSTO MENTE
TRISTE PALHAÇO TACITURNO NO PICADEIRO MORTO

ROBERTO DE LACERDA - CRONISTA